segunda-feira, 3 de setembro de 2012

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Fragmentos cerebrais

E seria mesmo necessário estar sempre vendendo, ou tentando vender, uma visão incrível de mim? Enquanto no fundo só penso: Quem eh esse ser estranho que tem tanta dificuldade com o mundo?.. me sinto mesmo cada vez mais fora da realidade, cada vez mais confusa entre meus devaneios, os sonhos e o que eu faço de fato no mundo.. penso que esta seja uma boa hora de eu reler Kafka.

Talvez seja um estado de trauma que não superei ainda, mas o fato é que eu nunca acho que tenho algo realmente importante ou interessante para falar para aquela pessoa na minha frente, me olhando, sabe? Parece que eh tudo pra preencher o tempo e o silêncio, não que eu precise nem queira mesmo falar.. Foi tanta verborragia e loucura antes que agora fico preservada no meu canto, falar o que? Comentar a vida dos outros? Falar do tempo? Que meu trabalho …? Que eu sinto..? As pessoas não estão interessadas em saber muita coisa uns dos outros, eu inclusive não to a fim de escutar coisas que não tenha nada a ver comigo de alguma forma ou que eu possa de fato ouvir e contribuir na vida de quem está se expressando, se abrindo pra mim. Tudo supérfluo está sendo descartado por mim praticamente sem dó algum. Às vezes me acho uma egoísta idiota, cuzona, às vezes só me acho extremamente desinteressante, outras me lembro de quão, mas quão mesmo, ridícula eu sou! E talvez seja só um grande incômodo causado por esse ridículo, mas não é um sentimento que me dói, na verdade estou ótima sendo assim, só que calada na maior parte do tempo. Nada ou ninguém me exita facilmente mais, e penso que eu não interesse pra muuitas pessoas. O que me impressiona é algumas de fato gostarem de mim e até serem muito legais e me ajudarem de diversas formas. Será que eu mereço tanta consideração? Bom, apesar de tudo eu me esforço pra merecer e fazer alguma coisa em troca quando posso.

sexta-feira, 2 de março de 2012

vez ou outra

fico tentando entender como tanto descaso por quase tudo e todos pode ainda resultar em alguma alegria como a minha. acho que estou infinitamente egoísta, já que o mundo não me faz mais muita diferença.. e não me entenda mal, porque eu quero que ele seja melhor e faço lá a minha parte, separo o lixo reciclável, ando muito à pé e tento andar de bike, tento quase sempre ajudar as pessoas, principalmente as crianças, sou até que bem educada e otimista, saio olhando a beleza das flores no meu caminho apesar do trânsito e tudo o mais..será assim algo próximo a algum conceito de zen? desapego da opinião alheia e de tantas coisas, mas ainda assim cuidado desse todo belo que me cerca?
será essa sensação de felicidade independente de por que, mesmo estando cansada e às vezes me sentidno bastante perdida ainda, ou sozinha, ou sufocada pela poluição, ou com tanta saudade...
se eu estou te ouvindo? hum.. acho que não exatamente? parei em algum momento que vc me fez começar a devanear com seus anseios e questionamentos.. mas quer saber o que eu pensei? resumindo foi assim: bla bla e bla, não é mesmo?
nossa, como você pode estar tão certo?
eu? imagina, nem sempre, acho...
de fato, nem sempre.

Reciclagem

Se a carapuça não mais lhe serve
tire-a e despeça-se de todos
dos velhos sonhos, das mortes
e dos segundos que se seguem

Boa noite!
que meu dia raia quente
e meus desejos pulsam sempre
fortes e novas sementes

me pergunto como
essas flores crescem tanto
em meio a cansaços e descasos
e felizes desapegos

as abelham querem o mel
alguns nem sequer as vêm
eu quero as belas cores
e poucos compartilham seus odores.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Wondering you

I´m so pretty cause i´m loving you
I´m shiny but i´m still felling blue

I miss you so, couldn´t say
For too long how could I´ve stayed

Apart wondering you hard
Now i´m coming back to restart

Take me sweet into your embrace
And treat me right so I can stay

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Presente fim

A vida pode sim
conter muitos presentes
numa linha sucessiva
de histórias tão diferentes

Mas se engana quem pensa
que a vida é looonga
Se ela é só o presente
sempre prestes ao fim.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

A arte de viajar

Não quero ir pra muito longe
mas quero estar sempre fora
do lugar, no ar

Quero viajar
me libertar de tantos medos
e me entregar, voar

Por todo lugar
de alguma forma vou estar
aqui, num grande devanear

Pulo alto, subo um passo
desço rápido ou devagar
num divertido deslizar

Vou e volto, fico um pouco
crio imensidões, observo
e então me enrolo em caracol

Me esquivo, estremeço
pago o preço com coragem
venço, envelheço e durmo sob o sol

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Presente


Assim eu queria viver o presente
sem sentir uma ansiedade de medos
de estar estagnada
de estar resignada

Sem tanta insegurança
porque estou envelhecendo
porque sou isso de menos
ou aquilo demais...

Sem me achar uma adolescente
porque me apaixonei
porque não sei ainda lidar com isso
porque eu faço tudo errado

Sem me achar burra demais
porque falei bobagem
porque não estudei tanto
porque não me destaquei tanto

Aceitação
como isso é difícil, nossa
sempre alguma coisa puxa seu tapete
e lá está você no chão de novo

Só que cada vez você tem que achar
o jeito específico de levantar
diferente de todos anteriores
apesar de com maior sabedoria a cada um.

Viver o presente sem medo
assim eu queria ser, simplesmente
existir e amar
dançar, dançar e dançar...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Sem controle

Engraçado, ou irônico, não sei...

Há dois anos minha vida estava caótica. Tudo dando errado, tristeza, fracassos, frustrações imensas... passei por uma fase bem ruim, que durou uns bons meses. Então veio uma paz, aos poucos, depois de reflexões, reorganizações mentais e sentimentais e mais sofrimento. Comecei a me perdoar, me aceitar, me conhecer melhor. Comecei a me sentir tão bem, me reestruturando, pude começar a entender os outros e a ser mais generosa com eles e comigo mesma. Comecei...

Sim, mas o problema é que as fases passam, independente de... Hoje, apesar de estar bem, percebo que algo fundamental se perdeu e eu não sei resgatar.. ou será que eu cheguei em um ponto que eu travei e simplesmente não consigo entender e mudar?

Porém, o mais irônico é que apesar de não resgatar o que gostaria, vez ou outra retomo quase como se eu entrasse num túnel do tempo, retomo sentimentos profundos que vivi em alguma situação remota. Talvez estranho seja um adjetivo melhor para me descrever, do que engraçado ou irônico. Ou mesmo "sem controle", porque parece que eu não controlo nada mesmo, ou quase nada. E essa situação passiva me angustia, a falta do poder de controlar, como se o tivesse feito antes. Por um lado é bom não tentar mais sempre controlar a vida e as escolhas alheias, mas as minhas? Poxa, dessas eu não deveria ser o sujeito?

Tudo bem, eu sou responsável por minhas escolhas, mas o que elas geram eu não faço nunca ideia e sempre me surpreendo... e nem sempre pra bem. Às vezes o máximo que posso fazer pra não fazer m%$#@ é ficar calado, mas não sentir um grande irritamento vez ou outra é ainda muito difícil, infelizmente.

Outro dia quis me desculpar por uma colocação ingrata que fiz à uma colega de trabalho, de quem gosto. Sabe quando você junta ideias de forma infeliz e percebe que caiu mal, mas aí já foi? Aí você tenta melhorar, porque não era mesmo pra ofender ninguém, mas nunca adianta... e fica aquele clima... um tempo... Que chato.. ô boca!...

E é então que vou ficando mais calado e também cada vez mais sensível. Não que as escorregadas dos outros me magoem como as minhas parecem fazer; mas eu me abalo mais com mau-humor alheio, patadas ou simplesmente maldade mesmo. Sempre me pergunto por que o ser humano gosta tanto de simplesmente ser cruel com o outro. Pra não se sentir um lixo sozinho? Pra achar que manda? Que é sim superior e especial?... É perverso, e só isso! E o que mais me assusta é perceber que crianças aprendem isso bem jovens, claramente imitando atitudes dos pais, coleguinhas, professores. Isso me assunta de verdade!

Mas ruim mesmo é essa atitude de querer ser superior e mostrar isso de todas as formas. Olha como eu sou inteligente, culto, f#$@! Ah, ta... nossa, mais um fazendo isso? Olha como eu sou uma pessoa crítica e critico todo mundo, o mundo todo? Ah, ta.. como você é infeliz né? Ando cansado dessa baboseira toda! A minha e a dos outros! Chega?! Coisa difícil que é lidar com tudo o que a vida pede da gente né? Difícil admitir que não está dando conta mais de levar a vida de forma completamente vazia?! Perceber que se perdeu no caminho, e agora? Será que eu começo uma crise histérica ególatra pra tentar acreditar em mim mesmo de novo?

Só um minuto que vou ali me olhar no espelho atenciosamente e criticamente, da mesma forma como já fiz gente chorar só de me olhar, e já volto...

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Rosa encanto

Ques rodas terão de girar
e onde estarei quando chegar
o amarelo do outono
a tornar rosa as nuvens brancas?

Se choras no inverno
e teus olhos soluçam saudades
Saiba que o dia ainda há de chegar
em abraços nós seremos a felicidade

O moinho nos trará a água
lavará a alma e trará mais calma
No pomar comeremos as maças
e em nosso leito só se fará dançar!

3.5.11

domingo, 23 de outubro de 2011

Fim

- Me desculpa!? Eu não queria ter dito aquilo. Ao menos não daquele jeito... O que está acontecendo, por que isso tudo?
- Não sei...
- E se...
- Pode ser...
- Mas...
- É...
- E agora?
- Melhor nos separarmos né?
- Talvez, mas eu te amo tanto...
- Eu também, mas cansei de promessas e erros repetidos...
- Também cansei dessa repetição...
- Foi muito bom, obrigada!
- Foi incrível! Obrigada!
- Vou sentir sua falta...
- Eu já sinto a sua há um tempo...
- Enfim, é isso... a gente se fala...
- Sim, espero que sim... Te amo!
- Te amo!

Praça Tiradentes

Sentada no banco
fala ao celular
com Deus e ninguém

Sketches

A gata se esquivou, fez charme, miou.. e então gritou pedindo algo que eu não compreendia, se massageando com lascívia no chão. Eu parado fumando um cigarro olhando pra ela pensei: comida, água, um lar, vez ou outra um afago, o que mais pode querer um gato?
Então pensei logo: liberdade! Abri a porta da casa e ela correu, pulou no muro, parou um instante e me olhou agradecida. Então se perdeu em uma noite que imagino de muitas emoções. A primeira de muitas, pois isso se tornou um hábito nosso. O que fez a relação muito melhor pra ambos, devo dizer.

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A cruz devia acalmá-lo, mas o deixava ainda mais angustiado. Como facilitaria acreditar que o messias veio salvá-lo. A responsabilidade sobre a própria vida é algo bastante doloroso de se aprender. Fazer tudo certo é impossível e às vezes o preço dos erros é obsceno, mas é assim que é né?
- Ave Maria, pai nosso, me ajuda a decidir o que é melhor pra me justificar a existência nesse mundo de decomposição!
Às vezes sou um nada, às vezes uma carga por demais pesada numa maldita encruzilhada...
Aqui não nos é dito que de louco e médico todos temos um pouco, acho que geraria uma confusão tremenda, melhor manter a hierarquia, essa hipocrisia insana dos que se acham melhor porque sabem contar até um milhão.
Eu acredito sim, na paixão que nos guia à criação de mundos melhores possíveis na ilusão. Tão boa a liberdade da diversão, da curiosidade, do diferente...
- Vem seu filho da puta! Deixa a mamãe te ensinar que o mundo não é brincadeira e que o tempo corre! Rápido! Vem se trocar e almoçar!
É uma piada mesmo, me ensinaram a ser honesto! Trouxa! Pra me chocar com a ignorância de quem paga as minhas contas!? E eu que sou louco por me revoltar? E alguém aqui tem alguma boa explicação pra tanto absurdo???

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O que me angustia é essa roleta russa de imagens e sentimentos que me acomete no meio do meu caminho. O barulho das folhas secas que eu estava pisando há pouco de repente se transforma em uma conversa que tento achar o significado. Começo uma incursão por memórias confusas sem nenhum coelho branco pra me guiar... Só pessoas desconexas que agora estão juntas.
Como pode acontecimentos te transformarem tantas vezes numa só vida!?
Eu simplesmente cansei de tentar distinguir o presente dos meus sonhos e devaneios. Vou tentando aprender com o que vivo. O problema é a frequência que me vejo completamente fora do ar ultimamente.