terça-feira, 23 de abril de 2013

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Saudade

Quando a única vontade é a de apenas estar ao lado daquela pessoa,
independente de qualquer condição, de qualquer dificuldade ou erros,
é quando eu começo a me questionar sobre o "ideal", que criamos o tempo todo
e nos perdemos do real, e então nos frustramos tanto..

Eu sinto falta de simplesmente estar próxima,
de ver você distraído e de repente me olhar e sorrir.
De estar distraída e de repente você chegar,
de estar com as portas abertas e nos tocarmos e sentirmos.

Sinto falta daquele abraço, da paz que ele nos gera.
De dizermos com os olhos a mesma coisa, sem querer, sem planejar.
E falarmos qualquer bobagem só para reforçar a cumplicidade
E podermos nos deitar tranquilos e felizes que nos encontramos.

Sinto falta das conversas apaixonadas por algum assunto,
E das tantas vezes que não concordamos e que nos instigamos.
Dos beijos debaixo da lua cheia e com copos cheios nas mãos,
Do coração surpreendido e do desejo de muito mais.

Sinto falta da tolerância, que pude sentir em mim com você
De dizer muito mais sim do que não, de aprender seu jeito de ser:
de respeitar e confiar, de querer e por isso dar liberdade e carinho tão juntos
de buscar a calma para curtir o momento, apesar do medo da saudade futura.

Sinto falta de te ver crescer e buscar se superar,
de tentar me poupar dos seus defeitos pra vivermos o que era bom,
de conseguir se abrir e me incluir no seu mundo, aos pouquinhos, no seu tempo
de me acolher e fazer eu me sentir tão sua, tão segura, tão querida.

Sinto falta de quando você me colocava em meu lugar
e me completava de uma forma mágica, em equilíbrio que nunca tive,
E de como eu queria tanto ser mulher e ser melhor sempre pra você,
De querer ser paciente e respeitar e conseguir profundamente te amar.

Sinto falta de você e de viver simplesmente
de sentir o mundo mais leve, de não me importar tanto com tudo,
de querer apenas seu olhar, seu suspiro, seu toque, sua companhia
... e poder ter.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

O Surreal


Eu vivi tudo isso antes, em meus sonhos.. agora esse exato presente me parece surreal e ao mesmo tempo nada novo. O que choca a maioria das pessoas simplesmente não me afeta. A realidade faz parte de uma dimensão do caos tão ampla que não faz sentido você se chocar com nada. Por que alguma coisa não seria possível? Apenas demoramos demais pra perceber que aquilo era sim possível, fácil ou deveria ser feito, entende?

Às vezes chegamos a fases em que parece um limite, que fizemos tudo o que podíamos, a humanidade toda. Mas isso é tão bobagem que continuamos existindo e fazendo alguma coisa nova, mesmo que pequena, mesmo que no meio de tantas e tantas repetições.

Eu acho muito engraçado pessoas fazendo conjecturas sobre a importância e influência de fulano ou sicrano de épocas bastante diferentes, tentando compará-los, ranqueá-los em tentativas de organização. Isso é de uma tamanha bobagem! Como dizer que algo que você vive no presente é melhor, pior ou igual a algo que já se consegue ver com mais distanciamento? Deviam ao menos ter noção do quanto isso não faz sentido, que não conseguimos ter essa visão, que são opiniões, gostos, conjecturas pessoais e nada além.

Que tamanha dificuldade encaramos em simplesmente sermos mais um e fazer nossa parte para o crescimento geral, porque parece tão pouco. Mas não é, não para mim! E se nem isso conseguimos fazer, quem dirá grandes marcos históricos... bando de cretinos que somos! Ah, estou mesmo me sentindo agressivo, mau-humorado, descrente, sei lá mais o que.

(Respiro fundo)

E não é só com o que devemos trabalhar: o pequeno, cotidiano, apenas isso? Tão pouco e tão grande! Tão absurdamente difícil por ser tão simples, mas não em mentes tão complexas de nós seres humanos. Complexos e burros, caindo nesses loopings mentais idiotas. É, to falando de mim, mas vai me dizer que você não faz isso, nunca?

O fato é que diariamente acordo com um sentimento de tantas coisas vividas em sonhos, meus e dos outros, que nunca conseguiria viver tanto em tão pouco tempo na vida real. Isso me fascina! De certa forma é também minha vida real, porque se cada sonho me muda em essência, muda também meu ser real, aí muda minha relação com o mundo e então muda o mundo de certa forma, não é? E será que tem tanta importância diferenciarmos o real do sonho? Ou seria mais interessante admitirmos que vivemos exatamente no meio, realizando-nos em um e em outro, vivendo a nossa forma mais plena, pois como diz o filósofo francês Gaston Bachelard: imaginar será sempre maior que viver! Porra, esse cara é foda!

O que eu estou tentando entender agora é porque esse sonho me ocorreu... estranho... não sabia nem que esse assunto era importante pra mim e então aparece assim, de forma agressiva, como que arrombando minha mente, meu sossego noturno. Porra, vou ter que levantar e fumar um cigarro pra me acalmar e tentar entender que merda ta acontecendo comigo esses dias. Ou não durmo, ou tenho pesadelos. Minhas olheiras só aumentam, essa cara eterna de sono e de tédio. Tsss..tak. Uma latinha deve ajudar também! Minha última esperança pra essa noite maldita. Saúde!

Não deixa de ser divertido ficar na internet de madrugada! É cada coisa que você vê e lê. As pessoas se soltam mais quando a cidade pára. No quarto escuro e quieto esse bando de insones, como eu, pensam que tudo é segredo, mas tem um monte de gente sabendo... que ilusão! Todo mundo tem blog, fotolog, flickr, twitter, facebook, sei lá mais o que ta na moda, o caralho a quatro pra preencher o vazio existencial delas, pra parecer que alguém se importa com o que pensam, numa necessidade estúpida de dar satisfação da sua vida pra quem ta se lixando! Ta cada um ali preocupado com que você leia o que ele escreveu, e curta, e comente, e apoie  e foda-se você, foda-se o mundo, olha pra mim! Aqui ó! A melancia ta pequena? Poutz, o que que eu faço agora?

Sim, claro, existem muitas pessoas bacanas no mundo e buscando algo que faça mesmo sentido, que acrescente pro desenvolvimento do mundo de alguma forma... estão ao menos fazendo algo em que acreditam, se movendo... ainda bem! Ainda bem!!! Eu tenho lido coisas interessantes e repensado muito no que eu tenho feito, onde eu me encaixo... Eu tento de verdade sair do lugar, desse lugar que não anda nada confortável.

Eu? Sou só um babaca, raso, medroso, perdido, que sofre por não ser um gênio, mas sim mais um medíocre! E daí? Ao menos estou buscando ser mais sincero, talvez seja o começo pra alguma coisa melhor.. Mas ainda me sentindo pequeno demais, porque ser melhor do que quem me rodeia não é uma grande coisa, já que são minúsculos... Pois é, estou julgando todo mundo... e o pior: constatando que são piores que um grande idiota, eu... Isso não soa bem, soa?

E então como ir além? Como ser estimulado em meio à pobreza? Com quem trocar conjecturas de possibilidades de grandezas e miniaturas do homem e do mundo? Me sinto cada vez mais só e triste! Cada vez mais soturno e melancólico. E o pior é que isso me incomoda cada vez menos e cada vez mais me tranco em casa e temo as ruas.

Que mania essa de “trocar ideias”, que necessidade incômoda do outro... Eu acho ridículo ficar calado me achando melhor que o outro, mas acho ainda mais ridículo ver o ridículo dos sonhos alheios. Enquanto isso não saio do lugar, só falo, só reclamo, só fico sentado em frente à uma tela a porra do dia inteiro. No máximo saio pra andar um pouco, comprar cigarro, cerveja e alguma bobagem pra comer, ou só pra espiar a cidade, e voltar ainda mais irritado e descrente pra casa! E quando alguma coisa me deixa quase contente e estimulado é ainda pior, porque uma hora a ilusão morre e é mais um tombo.

Nossa, que delícia essa loira! Que site é esse? Vou salvar em favoritos! Wow! Certeza que essa aparece nos meus sonhos de hoje, se eu dormir, claro! Vou mandar um recado: Oi, gata! Quer tc? Não sei por que não pego ninguém! Quer dizer, de vez em quando umas minas caem na rede, tem muita piriguete nesses sites de relacionamento. Cada vez mais soltinhas! Eu adoro! É isso ae! Libera geral pro papai aqui!

Saudade da Carol... Ao menos riamos juntos e acreditávamos por instantes que havia alguma chance de sermos felizes. Apesar de tão perdidos na vida, os dois, a ilusão de estarmos construindo alguma coisa existia e me ajudava a de fato caminhar... Acho que eu também trazia uma certa paz pra ela, uma segurança, sei lá por que, mas ela me dizia isso... Dizia... Não sei nem onde ela está agora, só que não quer estar ao meu lado, merda.

Aaahhh... cansei... agora eu durmo! Ao menos vou me deitar de novo. Quem sabe eu sonho mesmo com uma gostosa, fazendo muita sacanagem comigo num lugar paradisíaco!? Vou tentar mais uma vez... O pior é que anda mais fácil ter pesadelos com qualquer merda que tenha me acontecido nesses anos de vida.

A vida anda dura. E os sonhos também.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Negação?

É, meu amigo... talvez estejamos mesmo é com medo desse abandono do caos, dos tantos estímulos. O que será da vida sem eles? sem isso?

Porque não negamos, ao menos ainda, que tantas coisas aqui sejam legais, o que questionamos é: pra que?

Sim, eu posso gozar com você, mas pra que? Só pelo prazer de gozar? Mas existem tantas outras formas pra eu gozar que não me desgastam tanto, ao contrário, me preenchem.

E não digo pra você não gozar assim, até porque entendo esse seu prazer, só não o quero mais. E sinto medo desse não querer, porque ainda não estou certa dessa coisa que ainda abstratamente quero.

Ao mesmo tempo que me acho na negação, em descobrir o que não quero, isso ainda também significa aceitar um rótulo (pras coisas que nego, o que elas fazem ou fariam de mim) e talvez seja isso que ainda me incomode e me afaste de quem sabe tentar olhar mais de perto e me experimentar ali.

Talvez o problema seja levar tudo à sério, levar a si mesmo e a vida tão à sério. Dar valor é uma coisa, levar à sério é outra e que não quero, pois é pesado... fazemos ser.

O problema é que talvez ainda precisemos da desculpa dos estímulos para justificar o que queremos sem precisar, como se a culpa ainda fosse do outro de eu querer tanto consumir e me perder do meu essencial. Mas há quanto tempo o homem busca formas de se perder? de fugir de si mesmo? e depois de se achar.. e assim vai? E por que isso ainda gera tanta culpa, tanta crise em nós? Tanto medo? Tanta necessidade de desculpas?

Somos tão bobos, tão estranhos...