sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Poema de mim

Quando corro
sem querer me
perder
pra saber do pouco
que ainda há de querer

Com medo
de nunca encontrar
aquilo que me tenha
sentido
e me faça voltar

Chego n'algum lugar
ermo, vazio e 
Não acho...
apenas me percebo
com medo

sem desejo de nada
sem vontade de vida
sem espaço pra nada
sem perspectiva

Cansada de dispersar
tanta energia no ar
sem foco, sem fio, sem par
sem ninguém no meu lugar

Onde eu mesma
nunca quis estar
de onde corri sem parar...
de onde não posso me destacar

Eu não quero,
não quero!
Eu quero sair
quero fugir
sumir

Me deixe ir
Deixe-me fingir
que partir é o caminho
pois dentro do ninho
não há espelhos pra mim

Me deixe respirar...
meu desejo é voar
me desapegar
deste corpo, transmutar. 

minha vontade é escapar
não estar num lugar
mas ser todo o mundo
em deleite eterno e profundo.