Sempre me lembro dessas poesias que li na faculdade e mexeram de verdade comigo.. então hoje, relendo mais uma vez, resolvi compartilhar. Acho que nunca postei-as aqui..
DEZ SONETOS SENTIMENTAIS
VII
A consistência exata dessa insônia,
a forma certa desse medo, o gesto
seco que rejeita essa necessidade
abjeta de se ser quem não se é -
a aceitação completa da vontade
insuportável de querer o que
se quer, a sede obscena de se tragar
o copo junto com a bebida - coisas
tão simples, que só pedem a paciência
sábia dos que aprenderam a se aturar,
a santa complacência de quem lambe
as próprias chagas e aprecia o gosto -
não por requinte de nojo, mas só
por nunca haver provado outro sabor.
DUAS BAGATELAS
I
O que conheço de mim
é quase só o que sei,
e o que sei é quase só
o que não quero saber.
resta saber se isso tudo
é só o começo ou se é o fim
ou - o que é pior que tudo -
se é tudo.
II
Então viver é isso,
é essa obrigação de ser feliz
a todo custo, mesmo que doa,
de amar alguma coisa, qualquer coisa,
uma causa, um corpo, o papel
em que se escreve,
a mão, a caneta até,
amar até a negação de amar,
mesmo que doa,
então viver é só
esse compromisso com a coisa,
esse contrato, esse cálculo
exato e preciso, esse vício,
só isso.
terça-feira, 7 de maio de 2013
segunda-feira, 15 de abril de 2013
Saudade
Quando a única vontade é a de apenas estar ao lado daquela pessoa,
independente de qualquer condição, de qualquer dificuldade ou erros,
é quando eu começo a me questionar sobre o "ideal", que criamos o tempo todo
e nos perdemos do real, e então nos frustramos tanto..
Eu sinto falta de simplesmente estar próxima,
de ver você distraído e de repente me olhar e sorrir.
De estar distraída e de repente você chegar,
de estar com as portas abertas e nos tocarmos e sentirmos.
Sinto falta daquele abraço, da paz que ele nos gera.
De dizermos com os olhos a mesma coisa, sem querer, sem planejar.
E falarmos qualquer bobagem só para reforçar a cumplicidade
E podermos nos deitar tranquilos e felizes que nos encontramos.
Sinto falta das conversas apaixonadas por algum assunto,
E das tantas vezes que não concordamos e que nos instigamos.
Dos beijos debaixo da lua cheia e com copos cheios nas mãos,
Do coração surpreendido e do desejo de muito mais.
Sinto falta da tolerância, que pude sentir em mim com você
De dizer muito mais sim do que não, de aprender seu jeito de ser:
de respeitar e confiar, de querer e por isso dar liberdade e carinho tão juntos
de buscar a calma para curtir o momento, apesar do medo da saudade futura.
Sinto falta de te ver crescer e buscar se superar,
de tentar me poupar dos seus defeitos pra vivermos o que era bom,
de conseguir se abrir e me incluir no seu mundo, aos pouquinhos, no seu tempo
de me acolher e fazer eu me sentir tão sua, tão segura, tão querida.
Sinto falta de quando você me colocava em meu lugar
e me completava de uma forma mágica, em equilíbrio que nunca tive,
E de como eu queria tanto ser mulher e ser melhor sempre pra você,
De querer ser paciente e respeitar e conseguir profundamente te amar.
Sinto falta de você e de viver simplesmente
de sentir o mundo mais leve, de não me importar tanto com tudo,
de querer apenas seu olhar, seu suspiro, seu toque, sua companhia
... e poder ter.
independente de qualquer condição, de qualquer dificuldade ou erros,
é quando eu começo a me questionar sobre o "ideal", que criamos o tempo todo
e nos perdemos do real, e então nos frustramos tanto..
Eu sinto falta de simplesmente estar próxima,
de ver você distraído e de repente me olhar e sorrir.
De estar distraída e de repente você chegar,
de estar com as portas abertas e nos tocarmos e sentirmos.
Sinto falta daquele abraço, da paz que ele nos gera.
De dizermos com os olhos a mesma coisa, sem querer, sem planejar.
E falarmos qualquer bobagem só para reforçar a cumplicidade
E podermos nos deitar tranquilos e felizes que nos encontramos.
Sinto falta das conversas apaixonadas por algum assunto,
E das tantas vezes que não concordamos e que nos instigamos.
Dos beijos debaixo da lua cheia e com copos cheios nas mãos,
Do coração surpreendido e do desejo de muito mais.
Sinto falta da tolerância, que pude sentir em mim com você
De dizer muito mais sim do que não, de aprender seu jeito de ser:
de respeitar e confiar, de querer e por isso dar liberdade e carinho tão juntos
de buscar a calma para curtir o momento, apesar do medo da saudade futura.
Sinto falta de te ver crescer e buscar se superar,
de tentar me poupar dos seus defeitos pra vivermos o que era bom,
de conseguir se abrir e me incluir no seu mundo, aos pouquinhos, no seu tempo
de me acolher e fazer eu me sentir tão sua, tão segura, tão querida.
Sinto falta de quando você me colocava em meu lugar
e me completava de uma forma mágica, em equilíbrio que nunca tive,
E de como eu queria tanto ser mulher e ser melhor sempre pra você,
De querer ser paciente e respeitar e conseguir profundamente te amar.
Sinto falta de você e de viver simplesmente
de sentir o mundo mais leve, de não me importar tanto com tudo,
de querer apenas seu olhar, seu suspiro, seu toque, sua companhia
... e poder ter.
sexta-feira, 12 de abril de 2013
O Surreal
Eu vivi tudo isso antes, em meus sonhos.. agora esse
exato presente me parece surreal e ao mesmo tempo nada novo. O que choca a
maioria das pessoas simplesmente não me afeta. A realidade faz parte de uma
dimensão do caos tão ampla que não faz sentido você se chocar com nada. Por que
alguma coisa não seria possível? Apenas demoramos demais pra perceber que
aquilo era sim possível, fácil ou deveria ser feito, entende?
Às vezes chegamos a fases em que parece um limite, que
fizemos tudo o que podíamos, a humanidade toda. Mas isso é tão bobagem que
continuamos existindo e fazendo alguma coisa nova, mesmo que pequena, mesmo que
no meio de tantas e tantas repetições.
Eu acho muito engraçado pessoas fazendo conjecturas sobre
a importância e influência de fulano ou sicrano de épocas bastante diferentes,
tentando compará-los, ranqueá-los em tentativas de organização. Isso é de uma
tamanha bobagem! Como dizer que algo que você vive no presente é melhor, pior
ou igual a algo que já se consegue ver com mais distanciamento? Deviam ao menos
ter noção do quanto isso não faz sentido, que não conseguimos ter essa visão,
que são opiniões, gostos, conjecturas pessoais e nada além.
Que tamanha dificuldade encaramos em simplesmente sermos
mais um e fazer nossa parte para o crescimento geral, porque parece tão pouco.
Mas não é, não para mim! E se nem isso conseguimos fazer, quem dirá grandes
marcos históricos... bando de cretinos que somos! Ah, estou mesmo me sentindo
agressivo, mau-humorado, descrente, sei lá mais o que.
(Respiro fundo)
E não é só com o que devemos trabalhar: o pequeno,
cotidiano, apenas isso? Tão pouco e tão grande! Tão absurdamente difícil por
ser tão simples, mas não em mentes tão complexas de nós seres humanos.
Complexos e burros, caindo nesses loopings
mentais idiotas. É, to falando de mim, mas vai me dizer que você não faz isso,
nunca?
O fato é que diariamente acordo com um sentimento de
tantas coisas vividas em sonhos, meus e dos outros, que nunca conseguiria viver
tanto em tão pouco tempo na vida real. Isso me fascina! De certa forma é também
minha vida real, porque se cada sonho me muda em essência, muda também meu ser
real, aí muda minha relação com o mundo e então muda o mundo de certa forma,
não é? E será que tem tanta importância diferenciarmos o real do sonho? Ou seria
mais interessante admitirmos que vivemos exatamente no meio, realizando-nos em
um e em outro, vivendo a nossa forma mais plena, pois como diz o filósofo
francês Gaston Bachelard: imaginar será sempre maior que viver! Porra, esse
cara é foda!
O que eu estou tentando entender agora é porque esse
sonho me ocorreu... estranho... não sabia nem que esse assunto era importante
pra mim e então aparece assim, de forma agressiva, como que arrombando minha
mente, meu sossego noturno. Porra, vou ter que levantar e fumar um cigarro pra
me acalmar e tentar entender que merda ta acontecendo comigo esses dias. Ou não
durmo, ou tenho pesadelos. Minhas olheiras só aumentam, essa cara eterna de
sono e de tédio. Tsss..tak. Uma latinha deve ajudar também! Minha última
esperança pra essa noite maldita. Saúde!
Não deixa de ser divertido ficar na internet de
madrugada! É cada coisa que você vê e lê. As pessoas se soltam mais quando a
cidade pára. No quarto escuro e quieto esse bando de insones, como eu, pensam
que tudo é segredo, mas tem um monte de gente sabendo... que ilusão! Todo mundo
tem blog, fotolog, flickr, twitter, facebook, sei lá mais o que ta na moda, o
caralho a quatro pra preencher o vazio existencial delas, pra parecer que
alguém se importa com o que pensam, numa necessidade estúpida de dar satisfação
da sua vida pra quem ta se lixando! Ta cada um ali preocupado com que você leia
o que ele escreveu, e curta, e comente, e apoie e foda-se você, foda-se o
mundo, olha pra mim! Aqui ó! A melancia ta pequena? Poutz, o que que eu faço
agora?
Sim, claro, existem muitas pessoas bacanas no mundo e
buscando algo que faça mesmo sentido, que acrescente pro desenvolvimento do
mundo de alguma forma... estão ao menos fazendo algo em que acreditam, se
movendo... ainda bem! Ainda bem!!! Eu tenho lido coisas interessantes e
repensado muito no que eu tenho feito, onde eu me encaixo... Eu tento de
verdade sair do lugar, desse lugar que não anda nada confortável.
Eu? Sou só um babaca, raso, medroso, perdido, que sofre
por não ser um gênio, mas sim mais um medíocre! E daí? Ao menos estou buscando
ser mais sincero, talvez seja o começo pra alguma coisa melhor.. Mas ainda me
sentindo pequeno demais, porque ser melhor do que quem me rodeia não é uma
grande coisa, já que são minúsculos... Pois é, estou julgando todo mundo... e o
pior: constatando que são piores que um grande idiota, eu... Isso não soa bem,
soa?
E então como ir além? Como ser estimulado em meio à
pobreza? Com quem trocar conjecturas de possibilidades de grandezas e
miniaturas do homem e do mundo? Me sinto cada vez mais só e triste! Cada vez
mais soturno e melancólico. E o pior é que isso me incomoda cada vez menos e
cada vez mais me tranco em casa e temo as ruas.
Que mania essa de “trocar ideias”, que necessidade
incômoda do outro... Eu acho ridículo ficar calado me achando melhor que o
outro, mas acho ainda mais ridículo ver o ridículo dos sonhos alheios. Enquanto
isso não saio do lugar, só falo, só reclamo, só fico sentado em frente à uma
tela a porra do dia inteiro. No máximo saio pra andar um pouco, comprar
cigarro, cerveja e alguma bobagem pra comer, ou só pra espiar a cidade, e
voltar ainda mais irritado e descrente pra casa! E quando alguma coisa me deixa
quase contente e estimulado é ainda pior, porque uma hora a ilusão morre e é
mais um tombo.
Nossa, que delícia essa loira! Que site é esse? Vou
salvar em favoritos! Wow! Certeza que essa aparece nos meus sonhos de hoje, se
eu dormir, claro! Vou mandar um recado: Oi,
gata! Quer tc? Não sei por que não pego ninguém! Quer dizer, de vez em
quando umas minas caem na rede, tem muita piriguete nesses sites de
relacionamento. Cada vez mais soltinhas! Eu adoro! É isso ae! Libera geral pro
papai aqui!
Saudade da Carol... Ao menos riamos juntos e
acreditávamos por instantes que havia alguma chance de sermos felizes. Apesar
de tão perdidos na vida, os dois, a ilusão de estarmos construindo alguma coisa
existia e me ajudava a de fato caminhar... Acho que eu também trazia uma certa
paz pra ela, uma segurança, sei lá por que, mas ela me dizia isso... Dizia...
Não sei nem onde ela está agora, só que não quer estar ao meu lado, merda.
Aaahhh... cansei... agora eu durmo! Ao menos vou me
deitar de novo. Quem sabe eu sonho mesmo com uma gostosa, fazendo muita
sacanagem comigo num lugar paradisíaco!? Vou tentar mais uma vez... O pior é que
anda mais fácil ter pesadelos com qualquer merda que tenha me acontecido nesses
anos de vida.
A vida anda dura. E os sonhos também.
quinta-feira, 4 de abril de 2013
Negação?
É, meu amigo... talvez estejamos mesmo é com medo desse abandono do caos, dos tantos estímulos. O que será da vida sem eles? sem isso?
Porque não negamos, ao menos ainda, que tantas coisas aqui sejam legais, o que questionamos é: pra que?
Sim, eu posso gozar com você, mas pra que? Só pelo prazer de gozar? Mas existem tantas outras formas pra eu gozar que não me desgastam tanto, ao contrário, me preenchem.
E não digo pra você não gozar assim, até porque entendo esse seu prazer, só não o quero mais. E sinto medo desse não querer, porque ainda não estou certa dessa coisa que ainda abstratamente quero.
Ao mesmo tempo que me acho na negação, em descobrir o que não quero, isso ainda também significa aceitar um rótulo (pras coisas que nego, o que elas fazem ou fariam de mim) e talvez seja isso que ainda me incomode e me afaste de quem sabe tentar olhar mais de perto e me experimentar ali.
Talvez o problema seja levar tudo à sério, levar a si mesmo e a vida tão à sério. Dar valor é uma coisa, levar à sério é outra e que não quero, pois é pesado... fazemos ser.
O problema é que talvez ainda precisemos da desculpa dos estímulos para justificar o que queremos sem precisar, como se a culpa ainda fosse do outro de eu querer tanto consumir e me perder do meu essencial. Mas há quanto tempo o homem busca formas de se perder? de fugir de si mesmo? e depois de se achar.. e assim vai? E por que isso ainda gera tanta culpa, tanta crise em nós? Tanto medo? Tanta necessidade de desculpas?
Somos tão bobos, tão estranhos...
Porque não negamos, ao menos ainda, que tantas coisas aqui sejam legais, o que questionamos é: pra que?
Sim, eu posso gozar com você, mas pra que? Só pelo prazer de gozar? Mas existem tantas outras formas pra eu gozar que não me desgastam tanto, ao contrário, me preenchem.
E não digo pra você não gozar assim, até porque entendo esse seu prazer, só não o quero mais. E sinto medo desse não querer, porque ainda não estou certa dessa coisa que ainda abstratamente quero.
Ao mesmo tempo que me acho na negação, em descobrir o que não quero, isso ainda também significa aceitar um rótulo (pras coisas que nego, o que elas fazem ou fariam de mim) e talvez seja isso que ainda me incomode e me afaste de quem sabe tentar olhar mais de perto e me experimentar ali.
Talvez o problema seja levar tudo à sério, levar a si mesmo e a vida tão à sério. Dar valor é uma coisa, levar à sério é outra e que não quero, pois é pesado... fazemos ser.
O problema é que talvez ainda precisemos da desculpa dos estímulos para justificar o que queremos sem precisar, como se a culpa ainda fosse do outro de eu querer tanto consumir e me perder do meu essencial. Mas há quanto tempo o homem busca formas de se perder? de fugir de si mesmo? e depois de se achar.. e assim vai? E por que isso ainda gera tanta culpa, tanta crise em nós? Tanto medo? Tanta necessidade de desculpas?
Somos tão bobos, tão estranhos...
terça-feira, 26 de março de 2013
What part?
He has ever denied so vehemently to play any part in that lame theater that he has never lived any real emotion in his whole life.
segunda-feira, 25 de março de 2013
Aterrissagem
E depois de algumas tentativas frustradas e de muita turbulência na descida, ela finalmente aterrissa e pega o caminho de casa. Um alívio que buscava há dias. Mesmo que por pouco tempo, estar em terra firme faz um bem imenso e dá forças pro próximo vôo...
quarta-feira, 20 de março de 2013
Você tem medo de que?
"Quem vence o medo encontra a paz"
É sempre bom nos lembrarmos como nossos medos nos moldam, moldam nossas escolhas, nossas desistências e nossas lutas... nossos desenganos e nossas reconstruções. Aliás, deve ser por esse tema que eu tenho ouvido tanto Construção, de Chico Buarque...
Eu li essa frase aí num livrinho besta que estava lendo pra passar o tempo, mas que me fez lembrar de uma coisa tão essencial como essa. E me fez pensar em mais algumas coisas:
- Se o equilíbrio (na minha opinião, e de mais muita gente) está em transitar entre polos (Yin e Yang, em todos os possíveis sentidos), se o equilíbrio está no movimento, num estado de mudança constante; nosso foco deve ser exatamente em como lidar com essas transformações e fazê-las cada vez com mais serenidade, menos medo (do novo, do desconhecido). Ter mais confiança em mim mesma e no fluir do universo, deixar acontecer e aproveitar o processo.. não é essa a única forma que conheço de estar de bem com a vida? Por que ainda me perco tanto e esqueço disso quando mais preciso?
- O erro que cometo com alguma frequência, ainda, é me deixar abalar pelo desequilíbrio do outro e esperar alguma atitude diferente desse outro. É tirar o foco de mim como base do meu equilíbrio, que quem sabe pode gerar alguma inspiração no outro e até ajudá-lo a se equilibrar também, numa cadeia positiva de influências... mas não deixar o contrário acontecer, me preservar sempre que necessário, enquanto ainda sou tão aprendiz desse estado de serenidade.
Talvez eu deva ter menos medo de me isolar quando preciso e de deixar de querer ser o centro das atenções. Eu devo ser o foco só meu, saber da minha força, me fortalecer sempre, mas sem querer provar nada ou me mostrar para ninguém, nem mesmo esperar o mesmo processo de ninguém. Se os laços se fortalecem ou se esmorecem é uma questão apenas dos ciclos da vida, que não temos como parar ou controlar, apenas fazer nossa parte... enfim... algo assim.
É sempre bom nos lembrarmos como nossos medos nos moldam, moldam nossas escolhas, nossas desistências e nossas lutas... nossos desenganos e nossas reconstruções. Aliás, deve ser por esse tema que eu tenho ouvido tanto Construção, de Chico Buarque...
Eu li essa frase aí num livrinho besta que estava lendo pra passar o tempo, mas que me fez lembrar de uma coisa tão essencial como essa. E me fez pensar em mais algumas coisas:
- Se o equilíbrio (na minha opinião, e de mais muita gente) está em transitar entre polos (Yin e Yang, em todos os possíveis sentidos), se o equilíbrio está no movimento, num estado de mudança constante; nosso foco deve ser exatamente em como lidar com essas transformações e fazê-las cada vez com mais serenidade, menos medo (do novo, do desconhecido). Ter mais confiança em mim mesma e no fluir do universo, deixar acontecer e aproveitar o processo.. não é essa a única forma que conheço de estar de bem com a vida? Por que ainda me perco tanto e esqueço disso quando mais preciso?
- O erro que cometo com alguma frequência, ainda, é me deixar abalar pelo desequilíbrio do outro e esperar alguma atitude diferente desse outro. É tirar o foco de mim como base do meu equilíbrio, que quem sabe pode gerar alguma inspiração no outro e até ajudá-lo a se equilibrar também, numa cadeia positiva de influências... mas não deixar o contrário acontecer, me preservar sempre que necessário, enquanto ainda sou tão aprendiz desse estado de serenidade.
Talvez eu deva ter menos medo de me isolar quando preciso e de deixar de querer ser o centro das atenções. Eu devo ser o foco só meu, saber da minha força, me fortalecer sempre, mas sem querer provar nada ou me mostrar para ninguém, nem mesmo esperar o mesmo processo de ninguém. Se os laços se fortalecem ou se esmorecem é uma questão apenas dos ciclos da vida, que não temos como parar ou controlar, apenas fazer nossa parte... enfim... algo assim.
segunda-feira, 18 de março de 2013
Interditada
Às vezes o único sentimento genuíno que eu tenho é que devia ser interditada, colocada longe de todos e de qualquer comunicação.. até que eu me acalme, que eu recupere minha clareza mental..
A única que pode fazer isso sou eu mesma... então eu só posso sair pra andar quilômetros, virar o Forest Gump... colocar as coisas no lugar nessa cabeça louca, o que às vezes leva muito mais tempo do que eu gostaria.
Acho irritante perceber como eu adoro me colocar em situações novas, diferentes, de experimentar e me entregar, mas como é difícil pra mim lidar com essas quebras de parâmetros.. e eu fico louca, desnorteada, apavorando todos ao meu redor com meus questionamentos e indecisões... parou né?
Pedaços de lembranças de um fim
...dificil dar certo com tanta descrença no mundo e nas coisas..
...mas ok, eu achei que era mais um degrau do nosso aprendizado..
...enfim, essa perspectiva de tudo o que sonhamos como ideal e perfeito ser tão distante e dificil broxou a gente.. mas mesmo assim, me parecia que estaríamos juntos pra sempre pra sonhar e se frustar não eh? doía ver q a gente se amava tanto, fazia tanto um pelo outro e isso não seria suficiente para termos a vida que realmente queríamos ter..
...sem planejamento a gente quebra a cara e se fode.. e acabamos perdendo o que queríamos conquistar...
Difícil lidar com isso tudo e ver seu fracasso na cara do outro... dói olhar pra quem você queria ganhar vendo que fez tanto pra perder...
...mas ok, eu achei que era mais um degrau do nosso aprendizado..
...enfim, essa perspectiva de tudo o que sonhamos como ideal e perfeito ser tão distante e dificil broxou a gente.. mas mesmo assim, me parecia que estaríamos juntos pra sempre pra sonhar e se frustar não eh? doía ver q a gente se amava tanto, fazia tanto um pelo outro e isso não seria suficiente para termos a vida que realmente queríamos ter..
...sem planejamento a gente quebra a cara e se fode.. e acabamos perdendo o que queríamos conquistar...
Difícil lidar com isso tudo e ver seu fracasso na cara do outro... dói olhar pra quem você queria ganhar vendo que fez tanto pra perder...
Multidões em mim
Me sinto tão assim, essencialmente:
"Contradigo-me?
Pois bem, contradigo-me!
Sou amplo,
contenho multidões."
Walt Withman
quinta-feira, 14 de março de 2013
Carlos Drummond de Andrade
Me deparei com esse poema, que é novo para mim, mas muito me agradou:
A HORA DO CANSAÇO
As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite de nosso poder
de respirar a eternidade.
Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.
Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nos cansamos, por um ou outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.
Do sonho de eterno fica esse gozo acre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.
A HORA DO CANSAÇO
As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite de nosso poder
de respirar a eternidade.
Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.
Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nos cansamos, por um ou outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.
Do sonho de eterno fica esse gozo acre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.
terça-feira, 12 de março de 2013
De repente
E de repente acaba... passa... se esvai... numa ausência.. num vazio... num espaço... numa vaga... no mistério... no desejo... no novo.. de novo.. de repente...
Eu Brasileira
Acho que brasileiro, no geral, tem uma síndrome de rebaixamento. Parece que ser bom é uma agressão ao próximo... e dá-lhe bulling desde cedo. E dá-lhe medo de se sobressair. E dá-lhe o auto-rebaixamento de atividade mental e em tantas esferas da vida.
Parece que europeus cada um no seu país (e isso é na minha estreita visão e interpretação e generalizando muuuito), estão estagnados em uma auto-avaliação de "somos ótimos", somos os conquistadores, o inicio e o centro cultural. Algo assim... que de certa forma é melhor, mas de outra acabam se fazendo fechados pra tanta coisa que está ao lado ou na cara deles.
Os naturais dos Estados Unidos (aguardo um termo mais apropriado ainda para "americanos" ou "norte-americanos") me parecem (aqui bem de longe) obsecados de alguma forma pela auto-ajuda, por explorar seu melhor o tempo todo e ser uma estrela, quase que uma obrigação de super-auto-conhecimento e super-poderes. O que imagino ser cansativo também...
A minha esperança era o brasileiro entender suas virtudes e as explorar, em sua mais vasta diversidade e riqueza.. e então conseguir entender, aceitar e "formatar" suas identidades regionais, sua identidade como nação, em caos criativo. Mas às vezes acho que estamos bem longe disso... e ainda assim busco manter a esperança, espero ela voltar observando o mundo em busca de sinais de que tem gente indo pro "caminho da luz", tipo um iluminismo dos ogros.. hahahahaha.. exagerei né? enfiimm... são só pensamentos besta que me ocorrem o tempo inteiro, nessa mente que não pára de funcionar...
Resumindo o meu sentimento, meu mesmo, como uma mulher de 30 anos, brasileira, buscando fazer algo da própria vida, hoje:
Parar de ter medo de buscar ser realmente excepcional em tudo o que se faz também confere tanto mais leveza às descobertas do que se é ruim ou medíocre.
Parece que europeus cada um no seu país (e isso é na minha estreita visão e interpretação e generalizando muuuito), estão estagnados em uma auto-avaliação de "somos ótimos", somos os conquistadores, o inicio e o centro cultural. Algo assim... que de certa forma é melhor, mas de outra acabam se fazendo fechados pra tanta coisa que está ao lado ou na cara deles.
Os naturais dos Estados Unidos (aguardo um termo mais apropriado ainda para "americanos" ou "norte-americanos") me parecem (aqui bem de longe) obsecados de alguma forma pela auto-ajuda, por explorar seu melhor o tempo todo e ser uma estrela, quase que uma obrigação de super-auto-conhecimento e super-poderes. O que imagino ser cansativo também...
A minha esperança era o brasileiro entender suas virtudes e as explorar, em sua mais vasta diversidade e riqueza.. e então conseguir entender, aceitar e "formatar" suas identidades regionais, sua identidade como nação, em caos criativo. Mas às vezes acho que estamos bem longe disso... e ainda assim busco manter a esperança, espero ela voltar observando o mundo em busca de sinais de que tem gente indo pro "caminho da luz", tipo um iluminismo dos ogros.. hahahahaha.. exagerei né? enfiimm... são só pensamentos besta que me ocorrem o tempo inteiro, nessa mente que não pára de funcionar...
Resumindo o meu sentimento, meu mesmo, como uma mulher de 30 anos, brasileira, buscando fazer algo da própria vida, hoje:
Parar de ter medo de buscar ser realmente excepcional em tudo o que se faz também confere tanto mais leveza às descobertas do que se é ruim ou medíocre.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
Traveling
It's not that I'm not afraid or I don't suffer...
It's just that I can stad the pain and face the fear!
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