
terça-feira, 21 de setembro de 2010
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Domingo de samba
Vou achar graça pra não chorar
Quantas reviravoltas em meu caminhar
Passarei e negarei a me lembrar
Do caminho certo a tomar?
A memória começa a falhar,
Os olhos sempre querem se fechar
E esquecendo o que contar
Sigo começando histórias sem as terminar.
Essa pressa de chegar lá
Que sempre me atrapalha a parar
E pensar no próximo passo a dar
Mas tropeçando hei de me encontrar.
Liberar o que ainda é preso,
Expressões negadas a qualquer preço
Por aqueles a quem mais tive apresso
E me esqueci de seguir a mim mesmo
Sei que não faço mais chorar
A vida agora é da forma do meu cantar
Dedico horas do dia a me afinar
Com o ritmo de meu coração palpitar
Alegrias conquistadas com suor
Melodias que ainda trazem tanta dor
E agora a questão que já me causou pavor
É apenas mais uma que na vida terei de re-compor.
Quantas reviravoltas em meu caminhar
Passarei e negarei a me lembrar
Do caminho certo a tomar?
A memória começa a falhar,
Os olhos sempre querem se fechar
E esquecendo o que contar
Sigo começando histórias sem as terminar.
Essa pressa de chegar lá
Que sempre me atrapalha a parar
E pensar no próximo passo a dar
Mas tropeçando hei de me encontrar.
Liberar o que ainda é preso,
Expressões negadas a qualquer preço
Por aqueles a quem mais tive apresso
E me esqueci de seguir a mim mesmo
Sei que não faço mais chorar
A vida agora é da forma do meu cantar
Dedico horas do dia a me afinar
Com o ritmo de meu coração palpitar
Alegrias conquistadas com suor
Melodias que ainda trazem tanta dor
E agora a questão que já me causou pavor
É apenas mais uma que na vida terei de re-compor.
domingo, 19 de setembro de 2010
Desapêgo?
Ainda a necessidade de apego
de um herói,
salvador,
mártir!?
Alguém para te carregar, te cuidar
que não você mesmo
Fraco, confuso,
em círculos é como consegue caminhar
Deverias aproveitar melhor
cada momento que deixas passar
pensando em como se sentirá
quando perdê-lo
O que você tem hoje
não é seu futuro,
são apenas planos
e esse segundo que já passou
Vai e faz, alguma coisa, já
Acorda, levante-se!
Talvez seja tarde
mas ainda há tempo...
enquanto se vive!
de um herói,
salvador,
mártir!?
Alguém para te carregar, te cuidar
que não você mesmo
Fraco, confuso,
em círculos é como consegue caminhar
Deverias aproveitar melhor
cada momento que deixas passar
pensando em como se sentirá
quando perdê-lo
O que você tem hoje
não é seu futuro,
são apenas planos
e esse segundo que já passou
Vai e faz, alguma coisa, já
Acorda, levante-se!
Talvez seja tarde
mas ainda há tempo...
enquanto se vive!
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Suspiros...

Um suspiro
e lembranças...
Tão passados esses
vagos sentimentos
Emoções vastas
de amores gastos
ilusões válidas
finalmente subjugadas
Brotam sonhos
novos, tão antigos
esquecidos, talvez
calados à força
Algo tão meigo
que soou estranho,
mas não mais
pra quem se lembra
Ser feliz é melhor!
Quem vence o medo
de não ser mais um maldito
Se coloca à mostra e aguarda
com calma pelo tapa...
ou por alguma carícia.
sábado, 4 de setembro de 2010
Mentira

Nunca existirão o lugar e a hora certos
a gente é que constrói a realidade
e desconstrói os ideais
realiza sonhos, desiste deles...
Alguns momentos são de troca
outros necessariamente de solidão
o tempo de nossas cognições
de silêncios secretos, de criações
Dizem que você passa pelo que aguenta
eu digo que você aguenta o que quer
que segura apenas o que pode
que ação e consequência não são compatíveis, quase nunca
O caos é a condição,
dele emergem todas as possibilidades
que conseguirmos imaginar.. então
abra sua mente e seus olhos pra aprender
cada vez mais rápido exercitar
o desapego às suas verdades!
(Escrito em 1/4/2010)
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Haikais
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Filtro dos sonhos

Medos e sonhos
interagem em minha mente
em uma dança nem sempre
enriquecedora ou magnífica
As formas em constante
mutação, constantemente
me confundem, se confundem
Trazem questões profundas
do inconsciente
preenchido por medos e sonhos
Sonhos e medos
de realizá-los e ser
finalmente feliz? Não mais.
Estou de peito aberto
de olhos bem abertos
enfrentando-os, superando-os
A cada dia com mais sonhos
E os medos apenas em sonhos
E os sonhos cada vez mais realizados
E os medos diariamente superados.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
domingo, 29 de agosto de 2010
Se esvaiu...

A chuva invadiu nossa casa
há alguns meses
Perdemos tudo de repente
Nem ponte, nem praça...
Pela rua encontro respostas
Cada passo me indica
as pedras entre poças
Tentar manter-se seco é inútil
Mas busco abrigo, ainda
Um afago pra me acalmar
das lágrimas intermitentes
Do cansaço de tanto pensar
Cadê ela? minha sombrinha!
Ao menos um arco-iris...
que faça valer a pena esse meu molhar?!
(escrito em 26/01/2010)
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
A Morte de Chiquinho

Chegamos em casa, minha mãe, minha avó e eu. Era 30 de junho, aniversário da minha bisavó, mãe do meu avô de mãe.. Fomos dar os parabéns, mas estávamos de volta, domingo, em casa. Um tanto de tédio, meu tio estava na casa de um amigo, mas logo chegou também. Não quis brincar, foi dormir no colo da minha avó no sofá da sala de TV. Era quase da minha idade, tipo um irmão, 2 anos e meio mais velho. Ainda é. O canarinho do meu avô, Chiquinho, cantava do lado de fora da porta do quintal. Dia ensolarado. Ele era amarelo.
Na tarde anterior estávamos reunidos em casa com amigas da bisa para comemorar seu aniversário, já que aos domingos todas, muito carolas, rezavam seus terços, iam à missa e ficavam com as respectivas famílias. Todos na mesa, salgadinhos, torta, refrigerante e cerveja. Mencionei um sentimento de tédio? Eram todas velhas e eu tinha 8 anos... mas tudo bem, fui pra rua andar de patins, treinar algumas piruetas e saltos.
Lembro-me de como meu avô gostava de me ver dançar e mostrar para seus amigos e aos parentes como sua neta era linda e dançava tão bem. Ele quem escolhia as músicas, e eu saía girando e requebrando pela sala ao som de ritmos latinos, boleros, secos e molhados... me sentia adulta, sedutora, amada, desejada, livre, tanta coisa que eu nem conseguia entender muito bem ainda a paixão que é para mim dançar!
Às vezes iam amigos pra casa, ficavam até tarde tocando, cantando, bebendo e dando risadas, era uma grande festa sempre. Eu gostava mais de Chicago, Killing me softly.. sabia a letra e as horas em que entrava o batuque.. o que me rendia homenagens em bares e admiração, além de perplexidade por uma criança ser tão noturna. Mas eu gostava mesmo era das noites em que me sentava no colo do meu avô na cozinha, só os dois, e jogávamos um jogo que só butequeiro deve saber, com palitinhos, de adivinhação. Me sentia tão esperta, porque eu às vezes ganhava! Que alegria! Quanta gargalhada...
Aí tinha dia que ele me ajudava a escrever cartas de amor pra um paquerinha, ou me escutava contar como tinha sido meu dia na escola, ou fingia não ligar pro meu esporte predileto que era arrancar cabelo da perna peluda dele! Ai! Ele era tão lindo! Às vezes queria só ficar olhando pra ele, quando ficava com bigode de espuma de cerveja, tão engraçado, eu suspirava de amor. E ele era tão forte! Conseguia amassar tampinha de cerveja só com dois dedos! O polegar e o indicador! Meu herói!!
Gostava muito de vê-lo cuidando com todo o carinho do Chiquinho, quase como ele cuidava de mim, diariamente. Quando chegava do trabalho eu corria para abraçá-lo ainda na esquina, pulava no colo dele, me jogava sem medo. E então íamos trocar a água do passarinho, colocar mais comidinha e guardá-lo dentro do quartinho, pro gato não comê-lo! Credo! De manhã, ele pendurava a gaiola do lado de fora, no quintal, limpava o chão da gaiola, colocava comidinha, trocava a água mais uma vez... como suja rápido! E Chiquinho cantava o dia todo, alto... Que bonito!!!
Aos finais de semana ele fazia compras e vinha sempre com um saco de laranjas, fazia laranjada pra família toda! Ou então suco de abacaxi, e eu adorava tomar um copo grande só de espuma, de colher! Ele deixava bater um tempão no liquidificador, só pra me agradar! Huum, que delíiciiaa!! Mas ele ficava muito bravo quando descobria, todo dia, que eu havia comido os miolos de todos os pães, deixado-os ocos e crocantes, como só eu gostava.. separados, o miolo e a casquinha! Ah, ninguém me entende!
Depois comecei a conhecer meu avô também por fotos, estórias de todos os tipos. Como nunca foi nenhuma “flor que se cheira”, em sua juventude fora expulso de colégios, de rodas sociais e do tiro de guerra! Minha bisavó tinha que implorar a todos que o aceitassem de volta, pra adquirir os títulos necessários pra ser minimamente respeitável, acabar os estudos, casar, ter um futuro. Seria uma vergonha pra uma professora ter seus filhos (que eram terríveis) sem estudo, oras. Por fim, ficou claro que eram inteligentes até de mais e talvez tivessem algum transtorno de atenção, ou era só a vida difícil daqueles tempos, numa cidadezinha do interior de Minas Gerais, excessivamente pacata. Tanta coisa, vai entender!
Durante 19 anos tenho tentado encontrar e juntar peças de um quebracabeça gigante, tentando entender quem sou eu, quem era aquele homem que amei tanto, a vida toda, quem é minha família, qual meu papel dentro e fora dela, como superá-la e ser feliz... Agora que estou mais consciente de certas coisas percebo que poderia ser sem fim essa busca. Mas existem limites, hierarquias, barreiras, escolhas, prioridades, e o mundo continua girando enquanto isso. Então é melhor focar no que já tenho, porque me basta pra seguir em frente e planejar meus próximos anos, com mais serenidade e sabedoria que antes.
Pouco tempo depois fui com minha mãe acordar meu avô pra ver o jogo, ele sempre assistia o que passasse aos domingos, sendo mesmo flamenguista... mas foi então que descobrimos, uma tragédia, um descontrole, um fim de mundo. Vô??? Por que ele não acorda? Mãe??? Ai meu Deus, chama alguém, rápido!!! Socorro!!!
- O Chiquinho morreu! Está esticado na gaiola! Será que a Chaninha ou algum outro gato o matou? Não, a grade está intacta... Acho que esquecemos ele no sol...
Nossa, quanto choro, quanta tristeza.. acabou! Era o que nos restava do meu avô e deixamos morrer! Como pudemos!? E como conseguimos nos apegar tanto àquele frágil animalzinho e adiar tanto um luto tão necessário? Anos... Mas enfim, encaramos o doloroso fim.
Eis que hoje um pássaro preto, igual aos que meu avô criava antes mesmo de eu nascer, chegou voando e pousou em mim, manso como um cachorro pode ser! Acho que ficou meu amigo, dei queijo pra ele, gostou de mim... e eu dele! Um amor incontido, sem explicação me encheu o peito. Tão lindo! A natureza tem sua sabedoria e suas ironias, é verdade. Dizem que esses pássaros escolhem o dono. Talvez só agora eu estivesse preparada para recebê-lo em paz e amá-lo assim, imediatamente.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
E para que?

O cansaço toma conta
da legião que batalha
em busca de novos caminhos
no turbilhão visceral de informações
Os modelos foram ultrapassados?
os parâmetros destroçados?
crises que nem sempre trazem
conclusões fáceis ou geniais
Ser mais maleável,
ou não ser tão medroso e covarde
Verdades não são eternas
permita-se acreditar, absurdo é não tentar
E a vida não deve ser mais
que se deixar errar e levantar
e ao sentir profundamente cada emoção
aprender o que levar consigo e o que deixar pelo caminho
que às vezes é ingrato, ou apenas real demais.
Poesia? Achou que a teria para sempre? não...
Às vezes se tem enterros!
Adubos..
Flores..
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Enfim mudo

Estranho
tudo, eu, isso
Essa calma inquietante
que tomou conta do meu coração
Um medo de insistir
e não aguentar,
de desistir agora
e não mais voltar a andar
Será possível
uma mudança tão radical
Ou seria essa a verdade
minha, íntima, real?
Quem disse que tenho sempre
que ser forte e lutar
brava, cega, loucamente?
Eu tenho sim que me respeitar
e aos poucos planejar
meu próximo para sempre...
Que dure o suficiente
pra me trazer bons momentos e aprendizados
que um dia me levem
onde eu realmente devo chegar
e ficar!
E depois mudar...
terça-feira, 17 de agosto de 2010

Roda...
Gira...
Rodopia...
Tenta...
Tenta...
Tenta!
Na ponta do pé
tenta
De cabeça pra baixo
olha
pro mundo, pra fora
pra história
Pra dentro
corre
assustada
Pra cima, pra baixo
Em que posição
a luz é melhor?
Sabedoria...
ssss... silêncio!
Calada girando!
Serena rodando!
Tentando...
Tentando...
(Imagem: recorte da capa do disco Ride the fader, Chavez)
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Insône
No escuro é onde há perigo,
na ausência de limites
ou de parâmetros
tudo é gigante ou minúsculo
Um feixe de luz é tenebroso
penetrando o breu e desvelando monstros
cujas formas flexíveis, fantasmagóricas
vêm do passado, do subconsciente
E nessa vigília alucinante
há alguns momentos de epifania
efêmeros, impalpáveis se vão
deixando apenas uma pista pra trás...
E se morrer?
Qual o problema? Algum?
Se nasce mais um? do meu ventre...
aí eu não vou ter fim?
Acho que sim!
E esse pode ser o problema
se apegar tanto a vida..
e se morrer
na ausência de limites
ou de parâmetros
tudo é gigante ou minúsculo
Um feixe de luz é tenebroso
penetrando o breu e desvelando monstros
cujas formas flexíveis, fantasmagóricas
vêm do passado, do subconsciente
E nessa vigília alucinante
há alguns momentos de epifania
efêmeros, impalpáveis se vão
deixando apenas uma pista pra trás...
E se morrer?
Qual o problema? Algum?
Se nasce mais um? do meu ventre...
aí eu não vou ter fim?
Acho que sim!
E esse pode ser o problema
se apegar tanto a vida..
e se morrer
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