segunda-feira, 18 de março de 2013

Multidões em mim


Me sinto tão assim, essencialmente:

"Contradigo-me?
Pois bem, contradigo-me!
Sou amplo,
contenho multidões."

Walt Withman

quinta-feira, 14 de março de 2013

Carlos Drummond de Andrade

Me deparei com esse poema, que é novo para mim, mas muito me agradou:


A HORA DO CANSAÇO

As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite de nosso poder
de respirar a eternidade.

Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.

Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nos cansamos, por um ou outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.

Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.

Do sonho de eterno fica esse gozo acre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.

terça-feira, 12 de março de 2013

De repente

E de repente acaba... passa... se esvai... numa ausência.. num vazio... num espaço... numa vaga... no mistério... no desejo... no novo.. de novo.. de repente...

Eu Brasileira

Acho que brasileiro, no geral, tem uma síndrome de rebaixamento. Parece que ser bom é uma agressão ao próximo... e dá-lhe bulling desde cedo. E dá-lhe medo de se sobressair. E dá-lhe o auto-rebaixamento de atividade mental e em tantas esferas da vida.

Parece que europeus cada um no seu país (e isso é na minha estreita visão e interpretação e generalizando muuuito), estão estagnados em uma auto-avaliação de "somos ótimos", somos os conquistadores, o inicio e o centro cultural. Algo assim... que de certa forma é melhor, mas de outra acabam se fazendo fechados pra tanta coisa que está ao lado ou na cara deles.

Os naturais dos Estados Unidos (aguardo um termo mais apropriado ainda para "americanos" ou "norte-americanos") me parecem (aqui bem de longe) obsecados de alguma forma pela auto-ajuda, por explorar seu melhor o tempo todo e ser uma estrela, quase que uma obrigação de super-auto-conhecimento e super-poderes. O que imagino ser cansativo também...

A minha esperança era o brasileiro entender suas virtudes e as explorar, em sua mais vasta diversidade e riqueza.. e então conseguir entender, aceitar e "formatar" suas identidades regionais, sua identidade como nação, em caos criativo. Mas às vezes acho que estamos bem longe disso... e ainda assim busco manter a esperança, espero ela voltar observando o mundo em busca de sinais de que tem gente indo pro "caminho da luz", tipo um iluminismo dos ogros.. hahahahaha.. exagerei né? enfiimm... são só pensamentos besta que me ocorrem o tempo inteiro, nessa mente que não pára de funcionar...

Resumindo o meu sentimento, meu mesmo, como uma mulher de 30 anos, brasileira, buscando fazer algo da própria vida, hoje:

Parar de ter medo de buscar ser realmente excepcional em tudo o que se faz também confere tanto mais leveza às descobertas do que se é ruim ou medíocre.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Traveling


It's not that I'm not afraid or I don't suffer...
It's just that I can stad the pain and face the fear!

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Happiness...

A friend in need is a friend indeed,
Really?

And what about a friend when you are so happy
that you don't know what to do?
Who do you call?
Who are those capable of being that happy with you?

And have you ever felt so happy about any friend's happiness?

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Recusa

Eu me recuso
a ler
a assistir
a escutar
a olhar
só para ter do que conversar

Eu me recuso
a falar
a ouvir
a discutir
a compartilhar
o que nada tem a acrescentar

Eu me recuso
a amar
a odiar
a julgar
a rotular
sem antes repensar e repensar

Eu me recuso
a reagir
a fingir
a me exibir
a concluir

Eu me recuso a negar
o meu próprio existir
E a fingir que eu não sei
onde quero chegar

Mas eu não me recuso
a tentar
e tentar
e tentar
e tentar

sábado, 6 de outubro de 2012

HaiKais Urbanos

Pressa pra que,
do que correr,
onde estar, ficar?

Pressa eterna
Pare pra pensar
onde vou chegar?

Pressa de amar,
de viver,
de morrer

Pressa que te leva
pra qualquer lugar
sem se questionar

Metades que andam
correm sem parar
sem nunca se achar

Não olham pros lados
não se tocam do mundo
que lhes cerca e abraça

Na chuva que molha
que alivia ou piora
a tensão de chegar na hora

Enquanto um espera
o outro corre
e ambos fogem de si

Da interação e do diálogo
é que surgem autores
autônomos para os outros

Que giram, e olham, e correm
com pressa de nada
de parar pra viver.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Fragmentos cerebrais

E seria mesmo necessário estar sempre vendendo, ou tentando vender, uma visão incrível de mim? Enquanto no fundo só penso: Quem eh esse ser estranho que tem tanta dificuldade com o mundo?.. me sinto mesmo cada vez mais fora da realidade, cada vez mais confusa entre meus devaneios, os sonhos e o que eu faço de fato no mundo.. penso que esta seja uma boa hora de eu reler Kafka.

Talvez seja um estado de trauma que não superei ainda, mas o fato é que eu nunca acho que tenho algo realmente importante ou interessante para falar para aquela pessoa na minha frente, me olhando, sabe? Parece que eh tudo pra preencher o tempo e o silêncio, não que eu precise nem queira mesmo falar.. Foi tanta verborragia e loucura antes que agora fico preservada no meu canto, falar o que? Comentar a vida dos outros? Falar do tempo? Que meu trabalho …? Que eu sinto..? As pessoas não estão interessadas em saber muita coisa uns dos outros, eu inclusive não to a fim de escutar coisas que não tenha nada a ver comigo de alguma forma ou que eu possa de fato ouvir e contribuir na vida de quem está se expressando, se abrindo pra mim. Tudo supérfluo está sendo descartado por mim praticamente sem dó algum. Às vezes me acho uma egoísta idiota, cuzona, às vezes só me acho extremamente desinteressante, outras me lembro de quão, mas quão mesmo, ridícula eu sou! E talvez seja só um grande incômodo causado por esse ridículo, mas não é um sentimento que me dói, na verdade estou ótima sendo assim, só que calada na maior parte do tempo. Nada ou ninguém me exita facilmente mais, e penso que eu não interesse pra muuitas pessoas. O que me impressiona é algumas de fato gostarem de mim e até serem muito legais e me ajudarem de diversas formas. Será que eu mereço tanta consideração? Bom, apesar de tudo eu me esforço pra merecer e fazer alguma coisa em troca quando posso.

sexta-feira, 2 de março de 2012

vez ou outra

fico tentando entender como tanto descaso por quase tudo e todos pode ainda resultar em alguma alegria como a minha. acho que estou infinitamente egoísta, já que o mundo não me faz mais muita diferença.. e não me entenda mal, porque eu quero que ele seja melhor e faço lá a minha parte, separo o lixo reciclável, ando muito à pé e tento andar de bike, tento quase sempre ajudar as pessoas, principalmente as crianças, sou até que bem educada e otimista, saio olhando a beleza das flores no meu caminho apesar do trânsito e tudo o mais..será assim algo próximo a algum conceito de zen? desapego da opinião alheia e de tantas coisas, mas ainda assim cuidado desse todo belo que me cerca?
será essa sensação de felicidade independente de por que, mesmo estando cansada e às vezes me sentidno bastante perdida ainda, ou sozinha, ou sufocada pela poluição, ou com tanta saudade...
se eu estou te ouvindo? hum.. acho que não exatamente? parei em algum momento que vc me fez começar a devanear com seus anseios e questionamentos.. mas quer saber o que eu pensei? resumindo foi assim: bla bla e bla, não é mesmo?
nossa, como você pode estar tão certo?
eu? imagina, nem sempre, acho...
de fato, nem sempre.

Reciclagem

Se a carapuça não mais lhe serve
tire-a e despeça-se de todos
dos velhos sonhos, das mortes
e dos segundos que se seguem

Boa noite!
que meu dia raia quente
e meus desejos pulsam sempre
fortes e novas sementes

me pergunto como
essas flores crescem tanto
em meio a cansaços e descasos
e felizes desapegos

as abelham querem o mel
alguns nem sequer as vêm
eu quero as belas cores
e poucos compartilham seus odores.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Wondering you

I´m so pretty cause i´m loving you
I´m shiny but i´m still felling blue

I miss you so, couldn´t say
For too long how could I´ve stayed

Apart wondering you hard
Now i´m coming back to restart

Take me sweet into your embrace
And treat me right so I can stay

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Presente fim

A vida pode sim
conter muitos presentes
numa linha sucessiva
de histórias tão diferentes

Mas se engana quem pensa
que a vida é looonga
Se ela é só o presente
sempre prestes ao fim.